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Faça em sua mente um breve inventário de todos os coordenadores, gerentes ou chefes de departamento com quem você já tenha trabalhado. Você provavelmente vai se lembrar daqueles que admirava e daqueles por quem você tinha antipatia por serem excessivamente agressivos, passionais e até desequilibrados.
Quando o assunto é liderança, ter controle emocional é um dos requisitos vitais para ter sucesso na condução de equipes. Para compreender como isso pode influenciar positivamente na gestão, é preciso começar a tratar o assunto com o devido cuidado. Entenda a importância do controle emocional para uma liderança de sucesso!
Muitas lideranças costumam justificar seu descontrole com “Mas eu sou um ser humano e por isso sou vulnerável!”, o que não é mentira, mas também não é uma justificativa perfeita. Afinal, existem mecanismos para equilibrar essas emoções. Por isso, quem lidera pessoas tem o dever de conhecer e usar esses mecanismos.
Todos as pessoas estão expostas a uma série de variáveis que podem alterar as emoções: pressão profissional, crise conjugal, problemas financeiros, saúde frágil. Agora imagine se todas essas pessoas resolverem reunir essas emoções e despejá-las no ambiente de trabalho. Se para qualquer profissional isso é grave, para um líder isso é inadmissível. A liderança deve ser a referência da equipe em termos técnicos e comportamentais.
Existem muitos líderes que exercem uma liderança baseada na coerção e no medo, supondo que jamais serão cobrados por esse comportamento. Isso é um grande engano. Esse profissional pode até ficar em posição de liderança por um tempo, mas não conseguirá seguir adiante. Ele pode ser chefe, gerente ou presidente, mas nunca exercerá a liderança da forma como deveria. Agir por meio da coerção é um claro indício de falta de controle emocional.
A ideia de que o líder pode tudo nunca foi verdade. Esse é um pensamento retrógrado de quem não sabe o que é ser um bom líder. Quem exerce uma posição que exige liderar pessoas deve ter a consciência da grande responsabilidade que desempenha sobre seus coordenados.
O controle emocional é tão importante nas empresas que, se os gestores tivessem a exata dimensão de como ela pode elevar ou derrubar uma organização, não negligenciariam esse ponto. Um líder desequilibrado emocionalmente pode ter problemas graves de produtividade, desmotivar uma equipe e perder importantes oportunidades de negócio.
Mas de quem é a responsabilidade de manter o controle emocional da liderança? Em primeiro lugar, do próprio líder. As pessoas percebem quando algo não vai bem ou quando seu estado emocional está alterado. É preciso agir de forma altruísta e reconhecer seus pontos fortes e fracos, além de ter disposição para procurar ajuda.
Assim como o próprio líder deve perceber quando suas emoções estão abaladas, a empresa tem a responsabilidade de usar as ferramentas certas para identificar lideranças em desequilíbrio emocional. Para isso, existem as ferramentas de gestão de pessoas, avaliações periódicas e feedbacks oferecidos pelos liderados.
A importância do controle emocional é tão grande que as empresas não podem se omitir diante dessa realidade. É preciso haver mecanismos de avaliação periódica de liderança e formas de aperfeiçoar essas relações. Quando a instituição se nega a discutir sobre a conduta de determinado profissional, deve se lembrar de que todo o grupo pode ser afetado por isso.
É importante adequar o perfil das lideranças aos tempos de hoje e às necessidades de cada instituição e área. Por exemplo, áreas comerciais são reconhecidas por terem lideranças mais enérgicas; em contrapartida, a área de comunicação e marketing costuma preferir líderes entusiasmados, com grande capacidade de abstração e interação com a equipe.
O importante é conseguir atender às necessidades da organização com os líderes e suas habilidades. Mas é sempre bom lembrar que um bom líder estimula a equipe, sempre está disposto a aprender, sabe ouvir, consegue delegar e é um ponto de apoio para todo o time.
Se o controle emocional é importante em qualquer circunstância, em situações extremas ele se torna uma ferramenta vital. Tempos de crise econômica ou política, problemas internos na produção, tempos de expansão ou redução de quadro: tudo isso pode influenciar os ânimos do grupo, mas a liderança precisa estar serena, firme e equilibrada.
Nesses momentos, é preciso manter uma comunicação objetiva e aberta com o grupo, ter transparência e expor a situação da forma como ela acontece. Os problemas devem ser enfrentados com calma e racionalidade, não devendo ser minimizados ou tratados de forma a parecerem maiores do que de fato são.
Também é importante conversar com todos sobre os possíveis cenários e as soluções viáveis em cada caso. Apresentar propostas e cenários positivos e encorajadores em situações extremas também é papel do líder.
Assim como as habilidades técnicas, as características comportamentais também podem ser treinadas e reeducadas. Existem capacitações específicas que conseguem contemplar a importância do controle emocional nas organizações. Elas podem ajudar a desenvolver empatia, organização, capacidade de delegar e outras características essenciais em bons líderes.
Para participar de tais treinamentos, é necessário reconhecer que a liderança precisa ajustar algumas competências. O próprio líder pode propor um calendário de treinamentos, ou a empresa pode trabalhar com um portfólio específico que contemple esse objetivo. É muito importante avaliar posteriormente o quanto esses cursos foram efetivos.
Devido à importância do controle emocional para o funcionamento das equipes — e, por extensão, da empresa —, nunca se deve deixar de dar a esse tema a devida atenção. Gerir pessoas é uma responsabilidade muito grande para ser deixada em segundo plano. Vale também lembrar que um bom líder pode formar outros novos líderes ou acabar com a possibilidade de isso ocorrer.
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